06/09/2010

POBREZA

POBREZA




Quando penso na pobreza, penso naqueles desprovidos de qualquer caráter, delicadeza, amor ao próximo e um tremendo ressentimento que por mais gentil e compreensivo que seja você, nunca vai caber no conceito miúdo dessas sombras mesquinhas, cópia de seres humanos, da essência do que fez o Criador. Existe um velho ditado que diz “mais vale um inimigo sábio do que um amigo ignorante”. É verdade. Seu amigo, por mais que a convivência tenha criado um elo de confiança, um conhecimento maior, jamais saberá diferenciar uma crítica positiva de uma ofensa, e você, por mais que explique nas melhores das intenções, estará sempre do lado esquerdo, errado, ofensivo. Fazer o que? Nessas horas o silêncio roga por espaço, merece ser ímpar, pelo menos pra você. Não adianta discutir com quem jamais se pode esperar uma atitude de bom senso. A pobreza de espírito gera a periferia do crime, faz o meio escuro; agride, revolta, mata qualquer esperança de se resolver o contrário. Veja bem. Existem pessoas que crescem na pobreza do não ter, vivem num espaço pequeno, com a fome presente no estômago, desprovidos de conforto, mas que mesmo assim, pela nobreza de espírito conseguem reverter qualquer quadro. Estas são abençoadas, livres, desimpedidas do mal de espírito, nobres. Pessoas que mesmo não desfrutando de banquetes, valsas, reuniões e berços, conseguem mudar conceitos. É isso. A pobreza vem da falta de tudo que vem de dentro pra fora. Como uma serpente que mora e corrói toda e qualquer esperança de mudar, compreender, AMAR. A pobreza não tem cor, não tem raça, não se mede pelos móveis, cor, ou bens materiais. A pobreza advém da falta do ser pensante, do humano, do dividir, do compreender, da capacidade de se amar. Pena que nesse mundinho estejamos cheios dessas malignas sementes espalhadas amiúde. Separar o joio do trigo é uma tarefa difícil, porque estão na nossa rua, no nosso trabalho, no nosso cotidiano., como vespas a se multiplicarem. Flexibilidade para tratar do “problema” é imprescindível. Tenhamos nós o instrumento de saber navegar o barco pelas ondas torpes da ignorância. Pobreza de Espírito é como a cegueira irreversível, não há como tratar, mas exigem-se cuidados no lidar perante o grande elefante que surge, tomando espaços, maltratando a beleza (seja ela qual for), destratando a passos largos, ofendendo o não entende, pisando em flores, invadindo jardins. A pobreza de espírito vem da ignorância, exalta o pior lado, o da miséria de não querer saber, nem de si mesmo e nem dos outros, danem-se! Traduz a aflição, a discórdia, o medo. Fuja. Esconda-se. Diga não a essa corrente do mal. Procure libertar-se. Há lá em cima um Deus, que embora tenha o seu filho mais querido, vivido na pobreza do não ter, soube nos passar a melhor e a maior herança do mundo.

Maria Casas

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