19/04/2012

CORTINA DE FUMAÇA - O Brasil e suas teias

Cortina de fumaça

Cortina de fumaça de quem? Do PT e José Dirceu ou da revista Veja e de alguns outros grandes veículos da imprensa brasileira? A quem interessa impedir e/ou desqualificar a futura CPI de Carlinhos Cachoeira/Demóstenes Torres (DEM)? A quem interessa misturar Cachoeira e Mensalão, transformando-os em um mesmo assunto e em uma mesma forma de corrupção?
Os interesses são muitos e variados. CPIs são, por princípio, armas das minorias, ou seja, das oposições. Quase sempre as CPIs fazem muito barulho, desestabilizam governos, mas quase nunca chegam a conclusões e condenações sustentáveis no plano jurídico. Por este motivo, as acusações e as condenações que produzem quase sempre são arquivadas quando submetidas às instâncias do poder Judiciário. Seus resultados são políticos, sobretudo. Eles são imediatos e midiáticos e produzem, quase sempre, efeitos eleitorais que beneficiam quem se encontra fora do poder.
Sendo assim, por que o governo, que detém maioria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal aposta na instalação da CPI mista (com integrantes da Câmara e do Senado) do Caso Carlinhos Cachoeira/Demóstenes Torres (DEM)? Sendo assim, por que a revista Veja, a maior revista semanal brasileira e, de acordo com seus anúncios, “a segunda maior do mundo”, se empenha tanto em desqualificá-la a priori?
Será porque a investigação do envolvimento de Demóstenes Torres com o “empresário do jogo” Carlinhos Cachoeira poderá trazer à tona os meandros do “Mensalão” e, com isto, comprometer as oposições aos governos Dilma/Lula, além de alguns órgãos de imprensa, com a revista Veja (Editora Abril) à frente? As escutas telefônicas obtidas com autorização judicial reveladas até aqui são comprometedoras e parecem possuir alto grau de explosividade. Um comprometimento e uma explosividade que, parece, podem se igualar àqueles provocados pelas escutas telefônicas ilegais produzidas pelos “arapongas” a serviço de Cachoeira e que, ao que parece, foram repassadas à revista Veja e ao Senador Demóstenes Torres (DEM), ao longo dos últimos anos.
Será isto o que temem alguns veículos da grande imprensa, particularmente a revista Veja e sua empresa editora, e também alguns próceres das oposições? Não seria melhor, para o bem da democracia e no respeito ao interesse público legítimo, que a instalação da CPI fosse incentivada, como tem sido a praxe (salutar, por sinal) adotada pela Veja, pelos grandes veículos de mídia e pelas oposições? Ou será que, como insinuou o presidente da Câmara, Marco Maia, a revista Veja teme a reprodução, no Brasil, do Caso Murdoch, que resultou no fechamento de diversos jornais do Grupo News Corp, um império mundial de comunicação hoje em crise devido a acusações de escutas telefônicas ilegais e tráfico de influência na Grã-Bretanha.
Que a CPI produza os efeitos políticos que ela tiver que produzir e que se aguarde a manifestação posterior da Justiça, como tem sido o procedimento adotado ao longo dos últimos anos, tanto pela revista Veja quanto pela maior parte dos veículos da grande imprensa brasileira.
SUL21

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